16 de abril de 2018

Rua Brasil com a Índio Bandeira - Campo Mourão/PR - anos 1960/70- fotos e crônica do Broza

Rua Brasil - Campo Mourão/PR - anos 1970
Recentemente meu amigo Osvaldo Broza postou, no Facebook, a foto acima, dos anos 1960, em que mostra a esquina da Rua Brasil com a Avenida Capitão Índio Bandeira, bem no centro de Campo Mourão. Achei mais algumas, que já publiquei aqui, que mostram o mesmo ponto com ângulos diferentes. Publico-as como pretexto para republicar a crônica do marido da Malu falando de suas recordações sobre a Rua Brasil. 

Por anos achei que o Papai Noel morava nessa via pública, bem em frente do Colégio Marechal Rondon, e que durante o ano, fora da época de entregar nossos presentes, ele fazia chaves e consertava armas. Lendo o texto do Broza descobri que se tratava do senhor José Rozanski, um velhinho muito simpático, das bochechas bem rosadas, que sempre me recebia muito bem quando ia lá a mando de meu pai.   

Rua Brasil
por Osvaldo Broza, em Crônica e Humor


Cheguei a Campo Mourão no início dos anos sessenta e, desde então, a Rua Brasil tem sido o meu trajeto preferido – e até inevitável por alguns anos. Hoje, é a minha maior fonte de recordações.

Primeiro semáforo da cidade foi instalado na esquina da
Rua Brasil com a Índio Bandeira
Sem precisar os anos e a ordem cronológica dos fatos e sem contar as missas, casamentos, batizados e “santas saídas” na Igreja Matriz e os passeios pelas praças São José e Getúlio Vargas, fiz os cursos Primário e Técnico em Contabilidade no Marechal Rondon e, na frente do colégio, ajudei o meu irmão Aylton a lixar carros na oficina de lataria e pintura do Sr. Aristides Rozanski, tio do advogado e contabilista Miguel Theodorovicz.  O pai dele, Sr. José Rozanski era armeiro, no mesmo endereço. Na Prefeitura Municipal, trabalhei em períodos alternados, de 65 a 79. Quem me arrumou emprego na Prefeitura foi o Renato Barbosa, casado com a Dora Perdoncini, que, coincidentemente, moravam na Rua Brasil.

Cine Plaza - Campo Mourão/PR - anos 1970
Logo acima da Prefeitura, ficava o Cine Plaza, da família Ferrari, cujo porteiro era o Sr. Mário Arana e onde, além de filmes, assisti a muitas formaturas – inclusive a minha -, eventos políticos, peças teatrais e outras apresentações artísticas.

No mesmo prédio ficava o Restaurante Plaza, do Seu Avelino Piacentini – que o começou – e do Mestre Izidoro, onde comi pizza pela primeira vez. Durante uns quatro anos, no final da década de 80, tive um escritório – Sucursal da Folha de Londrina – no mesmo local onde era o restaurante. Na Barbearia Plaza, no mesmo prédio, fui um dos primeiros clientes do Nelsinho Cabeleireiro, cuja fidelidade dura até hoje, quarenta anos depois, apesar de ele ainda ter que adivinhar para qual lado penteia o meu cabelo. Geralmente erra.

No último andar do prédio da esquina – Edifício Mourão, o primeiro da cidade com três andares, construído pelo Sr. Bruno Ghering, no final da década de 50 – ficava a Rádio Colméia, onde eu subia as escadas pra ver de perto o meu ídolo Zé Mané comandar as tardes sertanejas. E mais tarde, já funcionário municipal, levava um informativo – Atos do Poder Executivo – através do qual eram divulgados o movimento diário da tesouraria – receita e despesa – e a localização das máquinas na região.

Foi, também, onde pedi e não consegui o meu primeiro emprego. A Dona Elza Brisola Maciel não foi com a minha cara.

Tempos depois, nessa mesma rádio, e na mesma Rua Brasil, cheguei a participar de programas de esportes junto com o Wille Bathke Jr. e Anísio Moraes. Inclusive apresentei alguns.

Nas Lojas Renner, no térreo, de Albano Zanini e Bruno Ghering, e do balconista Paulinho Dall Pizzol, comprei a minha primeira camisa “volta ao mundo” e o meu primeiro terno. Na esquina do outro lado – Edifício Alvorada – eu participava das reuniões da Liga Regional de Futebol.

Descendo a quadra, eu frequentava o Banco Nacional, onde o Chilvande Moreno (Dinho) era um dos caixas; a Santa Casa de Misericórdia; a residência e posteriormente consultório do meu primeiro médico, Dr. José Carlos Ferreira; a Livraria Roma (continua lá, firme e forte), onde eu gostava de bater um papo com o Sr Roberto Teixeira Pinto; a primeira agência da Caixa Econômica Federal - depois Foto Estrela (do Tony Nishimura), depois Foto Gouveia (do Dayton Gouveia) e atual Autoescola Paris, do Ernani Zavadniak; e na esquina o Hotel Mundos, do Seu Vicente, pai do Ernani, onde morou por uns tempos o meu colega de Prefeitura, Irajá Pereira Messias.

Rua Brasil com Índio Bandeira (anos 1960), conhecida por anos como a esquina do barulho
O fato é que já passei muito pela Rua Brasil. E continuo passando, muitas vezes sem saber ao certo por que faço isso. Talvez pensando em ver os cartazes do Cine Plaza – dos artistas Zezão Gonçalves e Paulo Colledan – anunciando filmes com Marlon Brando, Charlton Heston, Kirk Douglas, John Wayne, Cantinflas…ou encontrar um guri para trocarmos gibis do Fantasma; ou, ainda, encontrar uma guria para oferecer-lhe uma bala comprada no “bombonière” do cinema. Tudo isso ao som da música: Amores Clandestinos.

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