6 de outubro de 2015

Beijo funciona como vacina, diz especialista


A explicação é do estomatologista Silvio Boraks. Ainda não muito bem conhecida pelo grande público, a especialidade foca nos problemas relacionados à boca, dos mais simples aos extremamente complexos.

Para ele, em alguns casos o beijo funciona como uma vacina. "Quando beijam na boca, as pessoas entram em contato com micro-organismos estranhos ao seu organismo, o que provoca a formação de anticorpos. Claro, desde que estejam em bom estado de saúde, sem ferimentos na região e sejam imunocompetentes – ou seja, capazes de produzir respostas imunológicas a antígenos", conta Boraks.

Isso ocorre porque a boca tem um sistema de proteção eficiente, afinal, é a porta de entrada ao organismo humano. A saliva atua com predominância nesse sistema, através da mucina, proteína que dá viscosidade e protege a mucosa bucal; da ptialina, que inicia o processo de digestão; e das imunoglobulinas, elementos de defesa do organismo.

O caso do sapinho e do herpes é diferente. O primeiro, um fungo natural do ser humano, já está presente na flora bucal de todos. O segundo é um vírus que, em geral, se adquire ainda nos primeiros anos de vida e cerca de 85% a 90% da população mundial o possui de forma latente, ou seja, quase todo mundo é portador. "Ambos só eclodem quando há uma baixa na imunidade, e não pelo contato físico", conta o especialista.

O que não significa que sejam inofensivos. Em alguns casos, o herpes pode chegar até o cérebro se não for tratada. Já com relação ao sapinho, o problema é a desinformação. "Há uma tendência em chamar toda manchinha branca na boca de sapinho, quando na realidade pode se tratar de uma leucoplasia, lesão esbranquiçada que precede o câncer e que também não tem nada a ver com beijo", afirma Silvio.

"No final das contas, pouco se sabe da boca", diz ele, que critica a ideia de que saúde bucal é apenas "escova e pasta dental, dente e gengiva". A estomatologia busca sanar essa deficiência, e atende principalmente pessoas que se enquadram em três grandes grupos: as com doenças bucais propriamente ditas, aquelas que sofrem de problemas de saúde que causam reflexos na região e pacientes com males diversos que necessitam atenção odontológica especial, como diabéticos, cardíacos e os que passam por tratamentos com rádio ou quimioterapia, entre outros. [ Bonde ]

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