3 de janeiro de 2011

O engenheiro, o cabeleireiro e o presidiário

Marcelo Silveira (foto), engenheiro civil, se divertia nesse final de ano contando diálogo entre o Nilmo, cabeleireiro dele – com aquela cabeçona, o Nilmo deveria cobrar por metro quadrado de cabelo cortado – e um cliente que aguardava a sua vez.
- Daí maluco, disse o cabeleireiro, que tá fazendo por aqui? Como conseguiu?
- Indulto de Natal, me comportei bem e consegui a licença para visitar a família, respondeu o inquieto amigo fora da lei do Nilmo.
Marcelo só prestava a atenção e se divertia com a agitação do indultado. De repente o Nilmo pergunta:
- Vocês viram a notícia sobre o assalto ao carro forte? Marcelo, de imediato dirigiu o olhar para o presidiário, a tempo de vê-lo fazer um cara de “quero mais”, puxar o ar entre os dentes e exclamar:
- Véio, pra isso ninguém me convida, num desses sobra uns trintinha pra cada um...
Marcelo caiu na gargalhada. Mas antes de se virar, ainda viu ele se afundar na poltrona com o olhar se perdendo no teto, provavelmente pensando nas “grandes oportunidades” que não aparecem nunca.

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